O Jornal O RIO online, de Portugal, cujo diretor Brito Apolónia, é já um amigo de longa data de Delei, republicou a notícia do Correio Braziliense sobre o Nada Consta.
Vida e obra do artista brasiliense que desde 1972 vem fazendo da criação plástica seu canal de conversa com o mundo.
terça-feira, 15 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Nada Consta no Correio Braziliense de Hoje!
Notícia do CB
O coletivo "Nada Consta" é notícia do diário Correio Braziliense e para que conste aqui está a notícia na íntegra:
Coletivo de jovens pintores faz de muros e paredes verdadeiras galeriasA tarde é de céu nublado, de nuvens sombrias. As primeiras gotas de chuva, tímidas e teimosas, não expulsaram os jovens artistas que atacavam as paredes com pincéis encharcados de tinta ou latas de spray. Igor Mota, de cabelo desgrenhado após descer lentamente da escada, afastou-se de sua criação e ficou ao lado de Delei, com uma das mãos no ombro do professor: “Vamos olhar, agora vamos sentir”. Delei replicou: “É a árvore mais cheia de flor de Brasília”. A pintura, aplicada diretamente a uma parede em forma de “Y”, na entrada do Espaço Cultural Renato Russo, registra mais uma interferência na cidade do coletivo de arte mural Nada Consta. O grupo, formado em 2010, é filho do Histo é Arte, iniciado em 2008, que, por sua vez, tem laços embrionários com o Operação Plástica (ou apenas OP), ativo de 1999 a 2007. Sempre sob os cuidados do professor Delei, um mineiro que vive na capital federal há 51 anos. E, desde 1978, vivendo da arte. Parte da produção do coletivo está exposta na mostra Formato, fixada no hall do espaço até 25 de março.“A gente vai desde a coisa mais figurativa à mais abstrata. Não dá para dizer que temos um estilo definido. Somos feitos de autoexpressão, de uma liberdade muito grande. Claro que queremos cuidar do desenho, não queremos nada estereotipado. Só que a gente não deseja cópia. Estamos numa tendência de fazer arte abstrata na rua”, explica Delei, alcunha artística de Antonio Wanderlei Santos Amorim.
Professor Delei (atrás, e), Jenifer Sousa e Yuri da Silva (atrás) e Igor Mota, Pedro Borges e Luiz Fernando Leal: Coletivo Nada ConstaNo Nada Consta, todo mundo é “ficha limpa”, como o mestre gosta de satirizar. Mas ninguém tem medo de se sujar nas atividades de reciclagem e pintura desenvolvidas no espaço. O coletivo é completamente comunitário: qualquer um pode participar e contribuir. Basta querer criar. “E tem que ser arte pública, na rua, em grupo e tudo coletivo. Aqui, é tudo embolado. A pessoa começa a pintar uma coisa e a outra diz, ‘Ih, me deu vontade de te ajudar aí!’. Ele vem e, de alguma forma, complementa. Na rua você tem uma escala entre a cidade e você, em trânsito. É o canal direto entre arte, obra e público”, define.Delei lamenta que o Espaço Renato Russo tenha perdido força nos últimos anos. Porém o Nada Consta, um aglomerado de cerca de 12 componentes, lhe dá esperança. “Tradicionalmente, a 508 tem esse papel de difusora, de promover movimentos de arte em Brasília. De todas as artes. Está fraco agora, mas a gente espera que volte”, conta. Se depender da animação dos jovens integrantes, a esperança evolui para a condição de certeza.Dois portadores de necessidades especiais esbanjam autenticidade e espontaneidade. “Os dois são muito especiais, hiperespeciais. É uma inclusão direta, não fico inventando muita história, não. O que une todo mundo é o trabalho”, afirma Delei. Luiz Fernando Leal, 28 anos, frequenta as aulas do professor Delei há dois anos. No começo, preferia arriscar-se nos desenhos de histórias em quadrinhos a arregaçar as mangas e melar as mãos de tinta. Mas, desde o ano passado, sua criatividade extrapolou os limites de uma folha de papel. “Quando tem muita gente pintando, às vezes, vou e faço o contrário. Eu sei que arte é esquisitice”, diz. Diante de uma mureta grafitada, ele aplicou camadas de azul. Queria fazer o mar do seu jeito. “Mas talvez na hora eu mude de ideia”, adianta.No mar de Luiz nadam peixinhos curiosos. Ele está pouco interessado em se fazer entender: a liberdade de poder preencher espaços desgastados ou nus com suas próprias ideias é o que importa. “Venho aqui para passar o tempo. Aqui, eu trabalho a mente, jogo converso fora. Nessas maluquices, às vezes, saem coisas que nem queria que saíssem”, admite.
Professor Delei (atrás, e), Jenifer Sousa e Yuri da Silva (atrás) e Igor Mota, Pedro Borges e Luiz Fernando Leal: Coletivo Nada ConstaNo Nada Consta, todo mundo é “ficha limpa”, como o mestre gosta de satirizar. Mas ninguém tem medo de se sujar nas atividades de reciclagem e pintura desenvolvidas no espaço. O coletivo é completamente comunitário: qualquer um pode participar e contribuir. Basta querer criar. “E tem que ser arte pública, na rua, em grupo e tudo coletivo. Aqui, é tudo embolado. A pessoa começa a pintar uma coisa e a outra diz, ‘Ih, me deu vontade de te ajudar aí!’. Ele vem e, de alguma forma, complementa. Na rua você tem uma escala entre a cidade e você, em trânsito. É o canal direto entre arte, obra e público”, define.Delei lamenta que o Espaço Renato Russo tenha perdido força nos últimos anos. Porém o Nada Consta, um aglomerado de cerca de 12 componentes, lhe dá esperança. “Tradicionalmente, a 508 tem esse papel de difusora, de promover movimentos de arte em Brasília. De todas as artes. Está fraco agora, mas a gente espera que volte”, conta. Se depender da animação dos jovens integrantes, a esperança evolui para a condição de certeza.Dois portadores de necessidades especiais esbanjam autenticidade e espontaneidade. “Os dois são muito especiais, hiperespeciais. É uma inclusão direta, não fico inventando muita história, não. O que une todo mundo é o trabalho”, afirma Delei. Luiz Fernando Leal, 28 anos, frequenta as aulas do professor Delei há dois anos. No começo, preferia arriscar-se nos desenhos de histórias em quadrinhos a arregaçar as mangas e melar as mãos de tinta. Mas, desde o ano passado, sua criatividade extrapolou os limites de uma folha de papel. “Quando tem muita gente pintando, às vezes, vou e faço o contrário. Eu sei que arte é esquisitice”, diz. Diante de uma mureta grafitada, ele aplicou camadas de azul. Queria fazer o mar do seu jeito. “Mas talvez na hora eu mude de ideia”, adianta.No mar de Luiz nadam peixinhos curiosos. Ele está pouco interessado em se fazer entender: a liberdade de poder preencher espaços desgastados ou nus com suas próprias ideias é o que importa. “Venho aqui para passar o tempo. Aqui, eu trabalho a mente, jogo converso fora. Nessas maluquices, às vezes, saem coisas que nem queria que saíssem”, admite.
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